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Coletivo Nós fala sobre reeleição, relação com Braide e analisa resultados das eleições municipais

Primeiro mandato coletivo eleito no Maranhão em 2020, o Coletivo Nós (PT) foi reeleito em outubro desse ano para mais quatro anos na Câmara Municipal de São Luís.

Além do feito da reeleição, o grupo formado por seis pessoas (co-vereadores), conseguiu ainda ampliar sua votação em quase cinco vezes mais em relação ao pleito de 2020. Foram 9.847 votos esse ano contra os 2.110 de quatro anos atrás.

Em entrevista ao Blog Gildean Farias, os co-vereadores falaram sobre o resultado da reeleição, perspectivas para o próximo mandato, relação com o prefeito Eduardo Braide, além de analisar os resultados obtidos pelo campo progressista em todo o país nas eleições deste ano.

Reeleição

Sobre a reeleição, os co-vereadores disseram eu atribuem o resultado expressivo ao trabalho desenvolvido durante o primeiro mandato, por terem feito o que eles definem como o ‘papel do vereador’.

“Fizemos o dever de casa. O Coletivo Nós fez o que entendemos que é o papel do vereador, que estar presente na comunidade, de fazer escuta ativa das pessoas, promover a participação popular no mandato. Então, acredito que o resultado da eleição se dá principalmente por conta dessa atuação”, comentou o co-vereador Jhonatan Soares.

Além da atuação, os coo-vereadores também destacam a importância das articulações e apoios políticos como importantes para a renovação do mandato na Câmara Municipal.

Na campanha de 2024, a candidatura do Coletivo Nós teve o apoio do deputado federal Rubens Jr, único representante do PT do Maranhão na Câmara Federal, do vice-governador Felipe Camarão, da diretora-geral do IEMA, Cricielle Muniz, que foi a segunda mais votada nas eleições de 2020, além de várias outras lideranças do partido.

“Nós conseguimos ser um mandato convergente dentro do PT. Conseguimos apoios de várias lideranças do partido, mas isso a partir de articulações feitas de forma organizadas e pensadas”, pontuou o co-vereador Eni Ribeiro.

Outro ponto destacado pelos co-vereadores como preponderante para o resultado das urnas nas eleições desse ano, são as pautas apresentadas pelo mandato nos primeiros quatro anos.

“Levantamos bandeiras que nunca haviam sido defendidas na história da Câmara de São Luís, como a pauta LGTB, o movimento negro, os povos de terreiro. São pautas que tinham avanço dentro do parlamento municipal”, frisou a co-vereradora Flávia Almeida.

Resultado alcançado pela esquerda

Sobre o resultado obtido pelos partidos de esquerda ou do chamado campo progressista, considerado fraco nas eleições 2024, os co-vereadores atribuem a uma certa falta de organização do campo e ao afastamento de lideranças das bases populares. Além disso, os membros do mandato coletivo citam também a falta de renovação de nomes e lideranças.

“A esquerda esqueceu de fazer sua lição de casa, que é formar novas lideranças e continuar e fortalecer as suas bases, como os sindicatos e outras organizações sociais. Enquanto isso a direita está aí se fortalecendo, com sindicatos de patrões e cooperativas do agronegócio e a esquerda, por não se organizar, está encolhendo”, destacou a co-vereadora Raimunda Oliveira.

“Então enquanto a gente continuar pensando no que a direita está fazendo e não fizermos o nosso dever de casa, lá em 2026 podemos continuar a ter essa dificuldades nesse processo como foi em 2024”, completa a co-vereadora Eunice Chê.

Relação com Braide

Tendo estado na posição de oposição nos primeiros quatro anos de Eduardo Braide (PSD), o Coletivo Nós adota um discurso mais moderado nesse pré-início de segundo mandato do prefeito reeleito de São Luís.

Os co-vereadores falam sobre uma postura republicana, mas continuar fazendo a cobrança e a fiscalização, que compete aos vereadores fazerem à gestão municipal. Além disso, eles avaliam que o resultado das eleições 2024 apontam para um recado da população de São Luís, tanto para o executivo, quanto para o legislativo.

“Precisamos também interpretar o que o resultado eleitoral fala. O ludovicense avalia Braide como bom gestor, uma vez que teve 70% de aprovação, mas por outro lado, ele também quer que os vereadores continuem fiscalizando o prefeito. Isso porque Braide com 70% poderia ter feito até 15 vereadores e não fez. Ou seja, a própria sociedade que coloca Braide como um prefeito bem avaliado, entende que ele precisa de uma Câmara que o fiscalize”, avalia Eni Ribeiro.