Rose Bonfim critica falta de diversidade na composição de equipe de assessores parlamentares do governo Brandão

A foto com mais de 50 pessoas – tendo apenas algumas mulheres e nenhum negro – durante a criação de novos cargos de assessores para a estrutura administrativa estadual, na última segunda-feira (25), gerou indignação e muitas críticas contra a gestão do governador Carlos Brandão (PSB), que tenta a reeleição em outubro desse ano.

Na ocasião, Brandão criou 50 cargos de assessores com o único objetivo de fazer política. Segundo a pré-candidata a deputada estadual, Rose Bonfim (Agir 36), a cobrança é sobre a falta de representatividade dos grupos de minorias sociais – por exemplo, mulheres, negros, LGBTQIAPN+, indígenas e pessoas com deficiência.

No caso da foto, as críticas envolvem a cobrança no combate ao racismo e à discriminação, principalmente por parte da esquerda, reivindicando uma atitude mais diversa. Na avaliação da pré-candidata é necessário mudar essa postura elitista por um governo do povo para o povo.

“O racismo estrutural está presente na formação do país e é perpetuado pela elite política que é branca e segue um pacto de negação do racismo. A sub-representação negra na política é um projeto do racismo e do colonialismo, enquanto não discutimos o racismo, enquanto continuarmos negando ou menosprezando o peso do racismo nas instituições, esse cenário não mudará”, afirmou Bonfim.

Rose Bonfim é pré-candidata a deputada estadual

Racismo Estrutural

A falta de representatividade em equipes de governo não é novidade, mesmo na trajetória política recente do Brasil: na posse do presidente Michel Temer, em 2016, não havia mulheres ou negros entre os ministros. Quando o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), posou com seus 23 ministros para a posse em 2019, constavam apenas duas mulheres – hoje são três ministras.

De acordo com dados do Painel Estatístico de Pessoal, do Ministério da Economia, nos 88 postos do 1º escalão – ministros de Estado, secretários-executivos e assessores especiais – somente 11 (ou 12%) são ocupados por mulheres.

“Precisamos de uma reforma política que não negue o racismo estrutural. Precisamos de uma educação que não negue a contribuição intelectual e política dos negros. Precisamos de uma mídia que não perpetue estereótipos racistas. Nós precisamos ouvir o que o movimento negro vem denunciando a décadas e buscar políticas públicas realmente eficazes”, finalizou Rose.

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